[06/11/2008] • 1 comentários

É apenas a partilha de alguma cultura balinesa que tenho vindo a descobrir nos últimos tempos e que me deixou a pensar. ...achei giro partilhar convosco.


Em Bali, há treze ritos de passagem principais para cada ser humano, cada um deles marcado por uma cerimónia extremamente organizada. São elaborados para apaziguar os espíritos e levados a cabo durante toda a vida, de forma a proteger a alma dos 108 vicíos como a violência, o roubo, a preguiça e a mentira. Todas as crianças balinesas passam por uma cerimónia de puberdade em que os dentes caninos são limados até ficarem planos para melhorar a estética.
Dizem que os balineses são os mestres do equilíbrio, sabem exactamente onde pertencem como se se orientassem por um mapa. Reparem nos quartro nomes de quase todos os cidadãos - primeiro, segundo, terceiro e quarto - recordando-lhes a sua ordem na família e o sítio a que pertencem. Dizem-se felizes quando se mantêm, mental e espiritualmente, na intresecção entre uma linha vertical e outra horizontal, sabendo a cada momento qual a sua localização tanto na sua relação com o divino como com a sua família aqui na Terra. É por isto que um balinês pergunta sempre a um estranho - Onde é que vai? De onde vem?
Os balineses acreditam que cada um de nós é acompanhado à nascença por quatro irmãos invisíveis que vêm ao mundo connosco e nos protegem ao longo das nossas vidas. Quando a criança está no ventre, os seus quatro irmãos são representados pela placenta, pelo líquido amniótico, pelo cordão umbilical e pela substância serosa que cobre a pele do bébé. Quando o bébé nasce os pais recolhem o máximo destes marteriais, colocam-nos numa casca de coco e enterram-na junto à porta principal da casa da família. Este coco enterrado representa o sítio de repouso sagrado dos quatro irmãos e é um lugar cuidado para sempre. A criança é ensinada que aqueles irmãos vão com ela para todo o lado e olharão por ela, eles habitam as quatro virtudes que uma pessoa precisa para ter uma vida feliz: a inteligência, a amizade, a força e a poesia. Os seus nomes são: Ango Patih, Maragio Patih, Banus Patih e Banus Patih Ragio e podemos falar com eles quando quiseremos.
Até aos seis meses uma criança balinesa não pode tocar no chão por ser considerada deus/deusa vindo do céu. Assim, aos seis meses de idade, é feito um ritual de cânticos e benção para o primeito toque dos pés no chão. Neste ritual um coco é abencoado com água benta e colocado no chão mesmo antes dos pés da bebé tocarem na terra pela primeira vez, isto para enganar os demónios que assim atacam o bebé fictício.

1 comentários:

Rafa disse...

...quer-me a mim parecer que se atingiu o extremo quando se impede uma criança de tocar no chão...
...é impossivel não achar engraçado a ideia do equilibro, da estabilidade vertical e horizontal, e dos irmão, mas a mer ver acaba por se tornar demasiada "fantochada". É comum este tipo de tradições e crenças vir do passodo e de acontecimentos passados..confesso que ia gostar de saber de onde vêm estes...
Na escola onde andei, havia um rapaz que andava sempre com o Eduardo, pessoa que nunca ninguém viu, por motivos obvios..mas aquilo resolveu-se com uns comprimidos...já cada criança nascer com 4 irmãos, não consigo antever de onde possa vir..

..contudo...se um habitante do Bali, ou um mero crente...se sente mais estável e feliz por acreditar em tais coisas..acho muito bem que não deixem morrer a tradição de receber os 4 irmão e de os enterrar à porta...por mais macabro que esta ultima parte me possa parecer...

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