[29/10/2009] • 0 comentários

I Jo 4, 7-10

O Universo, longe de ser imutável, fervilha de transformações de nós ocultadas. No entanto, cosmos e caos coexistem num simultâneo e harmónico infinito.

Tempos vão em que o homem horrorizava perante a natureza e a grandiosidade das ocorrências, atemorizado com o não-explicável. Medo, angústia, uma vivência dobrado sobre si e com o olhar posto na retaguarda. Depois, racionalizou o "Porquê?", o "Como?" e ao fazê-lo Deus revelou-se. O Homem cresceu seguro, pois o incompreensível deixou de o ser. Ganhou confiança nessa força maior com a qual se relacionava e deu-lhe nome.

Deus, quando criou céu e terra, criando por conseguinte o homem, fê-lo por amor e ama a sua obra. O amor de Deus pelo homem por si criado revela-se nas pretensões d'Este: Se o amor verdadeiro provém de Deus, Ele quererá que todo o que procure esse amor venha até Si. O homem tenderá para esse amor, sublimando as suas imperfeições, procurando a perfeição nesse amor.

Compreender Deus é aceitar a segurança da perfeita simplicidade. Feliz de quem o compreende e aceita, fazendo seus os ensinamentos d'Ele. Jesus Cristo resumiu os mandamentos de seu Pai da seguinte forma: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Sinais de um Deus que revelou querer ser amado.

A condição do homem, carregado de tensões inexplicáveis e desconhecedor de purificações absolutas, apenas lhe permite uma quase-perfeição. Através do exemplo de Jesus progredimos ética e moralmente, dando visibilidade aos seus ensinamentos e criando a sua utopia, mas o amor nunca igualará o que Deus sente por nós.

Deus ama. Independentemente do amor que sentimos por ele. Afinal, estamos vivos.

Jo 4, 23-24

Um Deus que se tornou carne, habitou entre nós, nos ensinou a verdade na história. Que mostrou o seu amor por nós, o amor de Pai, porquanto um dos três vectores da Santíssima Trindade. Que se revelou Homem. Jesus relembrou-nos que "à Sua imagem e semelhança" tem literalidade incluída.

Na sua origem etimológica, a adoração faz-se exclusivamente a Deus. Implica uma transferência do olhar para o ser adorado, desprendermo-nos para absorver. Sem comparação, sem limites impostos, captando o todo, evidenciando-o como superior, o adorador une-se ao adorado pelo sentimento e vontade daquele.

Com Jesus, quebra-se a prisão ao local de culto e adoração, a um ritual específico. Pai, Filho e Espírito Santo… Pensamento, Acção e Relação… Mente, Corpo e Relação… Um templo no qual o homem vive. Nesse templo ritualiza a comunhão com Deus-espírito-omnipresente, a adoração não está consignada a um local ou espaço próprios. Libertos estão os seguidores para, através da oração, intercederem junto dele onde e quando o pretendam.

Deus quer ser adorado. Na sua adoração, o homem adquire características do próprio Deus, aproxima-se de Deus.

Deus ama e quer ser adorado. Ansiarão Deus e a humanidade um enamoramento recíproquo?

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