[22/06/2012] • 3 comentários

em terra desconhecida, que parece ser árida e não dar para cultivo, custa!

Nos últimos dias, que são também os primeiros (por serem de adaptação), tenho pensado: "Seria tão mais fácil se tivesse agora aqui aquela e aquela e aquela pessoa que têm aquela e aquela ideia... Isto mudaria a velocidade cruzeiro."
Mas essas pessoas não estão cá, a sua força e energia não está e ai... sentes que tens as ideias, mas não a energia para mudar com quem estas, convenceres o teu grupo  (que ainda é só um conjunto de pessoas) a fazer e a acreditar no sentido do que se faz, no propósito.

É tão mais fácil quando se está entre os nossos, os que viveram como nós, os que tiveram experiências connosco. Talvez seja tudo ilusão mas que é mais fácil, é.

Pois. talvez seja mesmo esse o primeiro passo. Criar laços e cumplicidades.

Voltei porque precisei das forças do passado para acreditar na coerência que posso dar ao presente.

E à medida que cresço, cada vez acredito mais nEle e .... cada vez o digo menos!

3 comentários:

Zef disse...

Boa noite Elsa... concordo e sinto que é mais fácil com aqueles em quem acreditamos, que só o facto de estarem ao nosso lado a energia é diferente...

Às vezes a paciência para construir esses laços parece não existir, começamos a olhar para o passado e a ponderar se vale a pena percorrer todas aquelas etapas com estas novas pessoas, sem ter a certeza que se chega lá... Mas tentar não custa, e as pequenas/grandes surpresas começam a aparecer...

Acho que voltar ao passado é sempre bom e revigorante, o difícil é estarmos dispostos a abraçar a construção do futuro, sem medo de perder o que se viveu...

O crescimento é também tomar consciência dos nossos pilares, e cimentar a construção essencialmente neles... Espero eu :)

Faby disse...

"É tão mais fácil quando se está entre os nossos, os que viveram como nós, os que tiveram experiências connosco."

Concordo e sinto na pele o que dizes mesmo a 30 minutos dos espaços onde cresci como pessoa. Disse muitas vezes, e continuo a acreditar nisso, que a minha caminhada no Movimento me deu mais bagagem para a minha vida profissional do que o meu percurso académico. Hoje, quando tenho a meu cargo a preparação de uma Colónia de Férias para 40, 60 crianças, sei muito bem que pouco do que aprendi enquanto estudante me deu competências para desempenhar bem esta tarefa. E sei também que foi o trabalho de excelência que fizemos juntos que me permite hoje desempenhar esta função de forma razoável e que me ensina todos os dias a ser melhor profissional. Digo mais, não faço hoje melhor, nem sozinha nem em conjunto com toda uma equipa de profissionais de diferentes áreas, do que fizemos naquele acampamento sobre "Cidadania... um trabalho de mãos e de voz". Lembro-me de ficar surpreendida com cada ideia que surgia, com cada atividade que preparávamos,...

Ainda a propósito, lembro uma conversa, depois de almoço, no Pedrogão. Estávamos num daqueles encontros de fim-de-semana e tinhamos ido dar uma volta à beira mar. Era Domingo e por ali passeavam casais e famílias no seu habitual passeio dominical. Constatávamos que tinham todos um ar sisudo, pesado, triste, que não conversavam, que não brincavam... apenas caminhavam de um lado para o outro enquanto iam trincando umas pevides e tremoços. De repente, vemos um casal com uma criança ao longe, a caminhar na nossa direção. Pareciam diferentes! Comentámos que afinal também havia pessoas que aproveitavam para estar juntas, para rir juntas, para brincar, para conversar... Quando se cruzam connosco, o Abílio que nada disse até esse momento, cumprimenta-os. Olhamos para ele: "Conheces?". E responde: "Ah, estes fazem revisão de vida!"
Nesse dia percebi que de facto não estava ali por acaso. Estava ali convosco porque sabia muito bem quem queria ser enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto mãe, enquanto profissional,... E o que aprendi nesses anos, nesses fins de semana, deu-me a bagagem necessária para hoje sentir que sou eu que me distingo num típico passeio de Domingo à tarde!
Por isso Elsa, eu sei que pode ser mais difícil quando não temos as pessoas certas ao nosso lado, as nossas pessoas, mas aquilo que aprendemos juntos faz-nos ser diferentes, faz-nos conseguir fazer as coisas como se lá estivessem... porque nós também somos uma dessas pessoas! E temos também essa capacidade de acreditar que podemos contagiar os outros, que podemos mudar um pedacinho do Mundo!
Bom Trabalho!

Andreiita disse...

só neste ano que passa me identifico com este texto... cada palavra em mim faz sentido. obrigada pela partilha elsinha :)

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