A insatisfação da satisfação inconsequente de outrém. Diz-se de quem tem a sorte constante_ mente a bater à porta, mas não aproveita ou não agradece a mesma. Será Inveja, daquela que salta ao ouvido?
Há os afortunados e os "nem por isso". Construídos ou atribuídos, os acontecimentos inverosímeis, desejados ou espontâneos, são motivo de discussões. Tendo por origem Deus, Destino, Fado, Sorte, Fortuna, as Forças do Universo, o número de Plank, uma certeza fica: a realidade é-o, a partir daquele instante em que a graça é concedida. Ou fabricada, por nós ou outros...ou sempre esteve escrita.
O que fazemos com ela é que nos distingue. De nada serve uma fortuna testamentada se nos comportamos como novos-ricos e esbanjamos como se tivéssemos a certeza na palma da mão (ou no MasterGold da Visa)! Os que não têm dentes sempre podem guardar o espólio, para uma outra ocasião. Pedir a outro que as abra, trinque e lhas ponha na boca. Vendê-las, trocá-las por um album em vinil do Quim Barreiros. Aliás, o ditado, como o conheço e comummente ouço, é mais completo, logo mais redutor: "Dá Deus nozes a quem não tem dentes para as comer", o que claramente indica que foi concedida inconvenientemente a graça... Hum... estou a afastar-me do assunto.
É justo? Que ele tenha melhores notas sem ter estudado, e não queira seguir estudos? Que a miúda mais gira o ama e ele é gay? Que Deus nos tenha dado este mundo para cuidar e o máximo que conseguimos é querer imitá-lo? Não creio que Deus seja um miserável sem sentido de humor. Pelo contrário! Se o faz é para nos apercebermos que a humildade e a admiração são dons a cultivar.
Atribuímo-nos o papel de pseuDeuses quando julgamos e sentenciamos. Saberemos porventura toda a existência concreta de alguém? "Deus escreve direito por linhas tortas", diria agora. Porque não tentar um "Deus lhe dê discernimento para bem aproveitar o que lhe foi dado", apelando a uma melhoria contínua na capacidade de acção do outro? E sentir realmente essa vontade!
Congratulemo-nos pelas graças concedidas, a nós e outros. O resto... é com Deus.
1 comentários:
de facto, a limitação do nosso olhar assusta, por vezes...
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