A morte é «passagem» do homem para a eternidade, “nela o homem acaba de nascer totalmente e, se for para o bem, chamar-se-á de céu como plenitude divina e humana no amor, na amizade, no encontro e na participação de Deus. Toda a vida humana é um tender, um caminhar e educar-se para isso: um processo de amadurecimento pessoal que, na morte, deve desabrochar totalmente.”
(L. BOFF, Vida para além da morte, Vozes, Petrópolis 1993, p. 55)
3 comentários:
Em resposta ao desafio anterior (aquele que obriga a discordar com tudo o que se lê), aqui fica a minha discordância.
Isso é muito bonito e poético, até confortante para quem sabe que o momento se aproxima... mas e as crianças que morrem, onde está o amadurecimento pessoal delas? Vidas que duram apenas horas, minutos... segundos, até! ... como encaixá-las nessa teoria?
Não... eu acho que a morte não se explica com o culminar de um processo de amadurecimento pessoal.
Digamos que poderíamos compreender as palavras de Boff numa outra perspectiva: a morte não é para compreendermos, é para vivermos, seja qual for a idade em que acontece (e se entramos nesta vida a chorar, saimos dela em silêncio, porque sempre perante o Mistério de nós mesmos...) e, se amadurecemos com o tempo, no tempo nunca nos tornamos maduros, apenas aprendizes do que será a eternidade d'Aquele que no Amor nos dará o sem tempo de por fim nos encontrarmos... Talvez os poucos segundos de alguns nunca sejam esquecidos por quem realmente ama... Não apenas bonito e poético, mas esperança a partir d'Aquele que na Páscoa ressuscitou...
Pois, meu caro Zé, è isso mesmo. E não digo mais, porque diria o mesmo, com um discurso mais pobre.
Um abraço, que também é de saudade.
AP
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