Como boa "emigrante", também eu tenho duas casas e duas mesas de cabeceira. Bem...a de Lisboa é uma mesinha de cabeceira e a de Leiria é uma coisa grande que eu mandei fazer, mas que está ao lado cama e serve para arrumar coisas, por isso também deve estar registada na categoria de mesa-de-cabeceira.
Em Lisboa é a primeira vez que tenho tal coisa e, por isso, há muito que perdi o hábito de coleccionar pertences em cima dela. A minha mesinha tem muito pouca personalidade, a verdade é essa. Como está junto à janela, o elemento constante é o pó, uma bela camada que me envergonha e que todos os dias ao deitar me faz pensar "é amanhã que dou uma limpadela a isto!". Depois tenho um candeeiro (que não gosto, mas já lá estava quando me mudei), um caderno onde aponto tudo o que possa ser útil (está lá por causa dos exercícios para evitar as varizes que devia fazer todas as noites ao deitar...maldita idade adulta!), um livro, sempre só um! Neste momento é "O Jogador", de Dostoievski. Isso de ter vários livros à cabeceira ao mesmo tempo nunca deu bom resultado comigo, acabo por não ler nenhum. E depois as coisas tótós que se acumulam sem sabermos explicar o que lá estão a fazer: tenho um relógio que não funciona, um telemóvel desligado (que só uso para jogar snake em noites de insónias) e uma boneca pintada por uma amiga de infância. Ah e a embalagem da pílula, óbvio!
Em Leiria, muitas recordações que não consigo arrumar... um pinguim e um macaco em cima da aparelhagem e havia uma flor de papel, linda, que o meu cão comeu. Só me deu vontade de chorar quando a minha mãe, muito timidamente, me contou o sucedido. O comando da aparelhagem e do ar condicionado, um candeeiro (este já gosto!), uma moldura catita com uma foto das gémeas, uma foto das amigas de liceu na viagem de finalistas (também já devia ser mudada), o bilhete para o Rock in Rio, uma pregadeira em forma de flor, dois botões de um casaco, que nunca mais me dedico a coser e todo o tipo de tralha pontual.
Acho que as nossas mesas-de-cabeceira são todas da mesma família, a verdade é essa!
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